quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A honra dos Coatitas


Números capítulo 4 e Números 7: 1 a 9

A tribo de Levi tinha sido entregue a Arão e a Moisés (descendentes de Levi) para o serviço do tabernáculo. Todo primogênito dos filhos de Israel, que pertenciam ao senhor desde a primeira páscoa, no Egito, foram resgatados pela dedicação de todo homem levita ao serviço do Senhor. Isso aconteceu em Nm 3: 40 a 51.

A tribo de Levi era formada por três principais famílias: os coatitas, os gersonitas e os Meraritas.
Cada uma dessas famílias recebeu um ofício específico em relação ao tabernáculo, especialmente em caso de necessidade de se desmontar o templo para levantar acampamento. É aí que entra a grande honra dos coatitas.

Os filhos de Gérson e os filhos de Merari, ambos sob a direção de Itamar, filho de Arão, levariam as cortinas do templo, suas estruturas pesadas, a porta, os demais utensílios e etc...
Mas os filhos de Coate, sob a direção de Eleazar, filho de Arão, levariam a mesa da proposição, o candelabro, o altar do incenso e, principalmente a arca do testemunho.

Quando nos deparamos com essa divisão do trabalho, percebemos claramente a honra, o privilégio e a responsabilidade  concedida aos filhos de Coate. Eles carregariam os utensílios feitos de ouro, aqueles que ficam no santuário. Esses utensílios estariam cobertos com um pano, de forma que ninguém os veria, mas todos sabiam o que estavam carregando e era a parte mais sagrada e mais preciosa do santuário de Deus.

No entanto, quando chegamos ao capítulo 7, nos deparamos com 6 carros e 12 cavalos doados pelos príncipes dos filhos de Israel. Sabe quem ganhou carros? Os filhos de Gérson (2 carros e 4 cavalos) e os filhos de Merari (4 carros e 8 cavalos).

Mas os filhos de Coate deveriam carregar nos ombros os utensílios mais preciosos do santuário.
Em alguns momentos, acho que a caminhada pelo deserto com algo tão pesado nos ombros deve ter sido muito penosa. Sem contar a responsabilidade e o cuidado que demandava a tarefa.

Alguns de nós, se estivéssemos na situação dos coatitas, iríamos murmurar e clamar por carros e cavalos para ajudar na tarefa de carregar a parte mais sagrada da aliança de Deus com seu povo.

Hoje, nosso peso não é físico. Os coatitas carregavam a arca da aliança. Nós carregamos a nossa cruz.
Achamos pesado demais certas ordenanças. Honrar pai e mãe parece coisa do passado. Perdoar parece pesado demais, nos sentimos injustiçados. Fugir da aparecia do mal parece um peso desnecessário. Casar virgem parece um grande peso, a esposa ser submissa ao marido e o marido ser o líder de seu lar parecem pesos insuportáveis. Amarmos a Deus ainda que em tempo de profunda dor da alma é quase impossível.

O sentido da Palavra que nos direciona a carregamos a nossa própria cruz, nos mostra que essa vida passageira não é sempre delicada e colorida, às vezes meus joelhos tremem com o peso da cruz, às vezes eu caio e não consigo me levantar, às vezes solto a cruz e caminho longos passos, mas sempre volto, coloco minha cruz nos ombros e continuo caminhando, rumo a Glória.

Que o Senhor Jesus nos ajude a carregar a nossa cruz, vivendo a alegria dos dias bons e o consolo dos dias ruins. Sem murmurar, sem desistir, pois um breve tempo com a cruz nos direciona a uma eternidade com uma coroa.
Esse é o evangelho que eu conheço e amo. Sim! Eu amo a mensagem da cruz.

sábado, 27 de outubro de 2012

Justiça! Ou melhor...


            Primeiro o salmista clama pela manifestação da justiça de Deus. Depois, ele pede para que a justiça não se manifeste. O salmo 143, logo nos dois primeiros versículos, nos apresenta essa aparente contradição.
Davi estava sendo perseguido e estava assustado. Sentia que não tinha chance de escapar dos seus inimigos e que, se o Senhor não ouvisse sua oração e não respondesse o seu clamor, a morte chegaria.
Pelo menos três palavras saltam nos versos de Davi, sugerindo um profundo desespero: trevas (verso 3), pânico (verso 4) e cova (verso 7).
Mas o salmista não era culpado da acusação que lhe faziam, não dera causa à perseguição que sofria, e clamou pela justiça de Deus.
É como se Davi dissesse:
“Me salva, Senhor, por tua justiça. Eu não mereço essa perseguição. Dá-me abrigo seguro e não permita que o meu inimigo me mate.”
Porém, entre o verso 1 e o verso 2, Davi ponderou... a alma do herói foi inundada por uma consciência de culpa e pecado. Ele percebeu que não poderia sair ileso da manifestação da justiça de Deus. Davi entendeu, ali, naquele breve momento entre os seus versos, que se a justiça de Deus esquadrinhasse o coração do seu ungido, o condenaria.
Então o salmista faz uma pausa – uma pausa de um verso - na sua oração e clama por misericórdia.
“Mas não leves o teu servo a julgamento, pois ninguém é justo diante de ti”.
É importante que tenhamos essa consciência ainda hoje, para que entendamos que o Justo Deus, manifestou sobre nós, merecedores da morte, a Misericórdia e a graça. É por causa da misericórdia e da graça de Deus que somos salvos em Cristo Jesus. É por causa da misericórdia e da graça de Deus que somos sarados no corpo e na alma. É por causa da misericórdia de Deus que não sofremos o castigo que merecemos e é por causa da graça dEle que somos chamadas das trevas para a maravilhosa luz.
Se eu me assentasse no banco dos réus, sem a manifestação em mim da misericórdia e da graça, eu seria condenada à morte. Não há nada que eu possa fazer para merecer o olhar misericordioso e gracioso com o qual o Senhor me contemplou.
Não é o tanto que eu oro.
Não é se eu gasto mais tempo que os outros em devocional diária.
Não é o tanto que eu adoro.
Não é o tanto que eu choro diante de Deus.
Não é quantas vezes eu falei em línguas diante dele.
Não é minha dedicação diária a Deus.
Não é minha escolha.
Não são minhas obras.
Deus manifestou em mim sua misericórdia e fez isso absolutamente de graça. Aleluia!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Josué - não tão grande como Moisés...


O texto de Josué capítulo 1, até o versículo 9, retrata um momento extraordinário na vida de Josué. O Deus de Israel estava falando com ele.
Desde novo, Josué servia a Moisés, estava junto dele em momentos decisivos da história, como em parte do tempo no monte Sinai (Êxodo 32:17),  aprendia diretamente com o próprio Moisés e via grandes coisas acontecendo. Ainda muito jovem acostumou-se em ficar pertinho da Glória e da presença de Deus (Êxodo 33:11). Por ser reconhecida em Israel a sua importância, foi escolhido dentre os espiões de Israel, em Números capítulo 13. Também era forte guerreiro e não se acovardou diante da ameaça que representavam os gigantes de Canaã, haja vista como se portou em Números 14:6 e 30.
Tendo em vista todos os detalhes que nos traz a Palavra, sabemos que Josué era homem íntegro. Mas não era como Moisés.
Moisés foi o maior dentre todos os nascidos de mulher, abaixo apenas do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Palavra reserva grande parte da sua narrativa para nos contar como foram os episódios relacionados ao nascimento e à morte desse homem. O próprio mundo espiritual sabia que estava nascendo um grande homem de Deus, pois, assim como no nascimento de Jesus, houve um decreto para que todos os meninos das famílias de Israel morressem, numa tentativa de impedi-lhe o nascimento. O próprio DEUS ETERNO testemunhou a respeito de Moisés de forma a deixar claro que nenhum outro havia como ele (Números 12: 6 a 8). Moisés via a forma de Deus e falava com Ele como qualquer um fala com o seu amigo (Êxodo 33:11). O Grande Deus fez o sepultamento de Moisés (Deuteronômio 34:6). A Palavra mesmo afirma que nenhum houve como ele (Deuteronômio 6:10). Não houve, em toda a história, um homem como Moisés, abaixo apenas de Cristo, o Messias.
No entanto, lá estava Josué, nosso personagem, diante de Deus, recebendo a missão de ser o sucessor do homem extraordinário que foi Moisés.
Deus tinha uma missão para Josué. Um grande e importante povo precisava de um líder. Muitas guerras precisavam ser feitas. Um mapa de Israel precisava ser desenhado. Muitos guerreiros precisavam de direção. O grande e esperado momento da história de Israel estava para acontecer: a entrada na terra prometida.
Josué não era como Moisés, mas tinha uma missão a cumprir e ela precisava ser cumprida imediatamente.
Consigo enxergar três lições nesse trecho da Palavra:
1)      Muitas vezes não somos tão grandes como achamos que deveríamos ou como gostaríamos de ser. Muitos ministros do evangelho não são tão importantes como gostariam. Muitas igrejas não serão grandes como sonham. Muitos crentes não serão afamados como grandes evangelizadores. Muitas mulheres são colunas de oração, mas não receberão a honra que acham que deveriam. Muitos profissionais, pais e mães de família, não serão gigantes como gostariam. Mas há uma missão para cada um de nós, um propósito para cada vida que se rende a Jesus. Discípulos para cada mestre. Alunos para cada professor. Igrejas para cada pastor. Trabalho e ceifa para cada obreiro. O Senhor nos chama para cumprirmos o propósito dEle nas nossas vidas e esse propósito é que sejamos imitadores de Cristo, testemunhas do evangelho e adoradores do Deus vivo e verdadeiro. Qual será nosso chamado específico e qual será a nossa missão depende dEle. Quais serão nossos dons e talentos e quais serão nossas habilidades pessoais depende da Graça dEle. Mas nós não podemos nunca viver sonhando com coisas maiores se não somos capazes de cumprir os propósitos de Deus para nós agora.
Não estou, de forma alguma, fazendo um elogio à mediocridade. Tudo o que nos vier à mão devemos nos esforçar ao máximo para fazer com excelência. E devemos nos alegrar com a Graça maravilhosa de Deus que nos permite sermos usados por Ele como pais, mães, mestres, líderes, pastores, evangelistas, profissionais, servos, ministros de louvor... quer influenciando muitos, quer influenciando poucos.

Quer você seja Moisés, quer você seja Josué, quer você seja um anônimo, alegre-se na graça do Senhor e cumpra sua missão.

2)      No texto que destacamos no início, vemos o Altíssimo falando ao coração de Josué. Deus disse que seria com ele, que estaria como ele, que daria vitória e honra. Mas uma coisa o Senhor destacou com veemência:
“não cesses de falar do Livro dessa Lei”. O próprio Deus de Israel destacou para Josué a importância da Palavra.
É na Palavra que temos os princípios para uma vida e para um ministério bem sucedidos. É na palavra que encontramos conteúdo para uma vida espiritual sadia. É na Palavra que encontramos direção. É através da Palavra que conhecemos a vontade de Deus. É através da Palavra que conhecemos ao próprio Deus.
De todas as buscas que um homem pode e deve fazer, a melhor e mais excelente delas é a do conhecimento da Palavra de Deus e a Palavra de Deus é a Bíblia.

3)      Por último, destacamos como o Senhor fortaleceu a alma de Josué. Ele disse (e Ele não mente) que “assim como fui com Moisés, serei contigo”; “ninguém te poderá resistir todos os dias da sua vida”; “não temas nem te espantes, porque Eu, o Senhor teu Deus, sou contigo por onde quer que andares”.
Não importa o tamanho da sua missão, o Deus de Moisés, o Deus de Abraão, o Deus EU SOU, estará contigo. Ele te fez mais que vencedor. Ele te deu o Espírito Santo e te ajudará em cada uma das suas necessidades, porque o Senhor dos Exércitos é quem cuida de você.

A concubina do Levita


A concubina do Levita

   Vou contar uma história muito triste que é narrada na Bíblia, como uma expressão da decadência moral e social do povo de Deus no período dos Juízes, capítulo 19.
   Um homem levita que vivia na região montanhosa de Efraim tomou para si uma concubina de Belém de Judá.
   A Bíblia chama a mulher de “concubina”, mas chama o homem de “Marido”, indicando que ela poderia ser uma espécie de amante ou uma esposa tomada dentre as mulheres de uma família pobre, ou, até mesmo, uma segunda esposa. O texto não fala o nome dela e nem mesmo o nome dele.
   O fato é que ela aborreceu-se dele. Pelos indícios que temos no texto, podemos inferir, ao menos por suposição, que esse levita era um homem bruto e ignorante. Ele não era de aceitar conselhos ou de submeter-se a quem quer que seja. Parece, que o levita era um homem bem difícil.
   A concubina não aguentou e voltou para a casa de seu pai, abandonando o levita, que demorou quatro meses para dar o braço a torcer e ir atrás dela. 
   Lá chegando, foi muito bem recebido pelo sogro. Havia rígidos padrões de hospitalidade naquele tempo e o pai da moça dispôs-se a receber muito bem seu genro. O homem deteve-se na casa do sogro por três dias. No quarto dia quis ir embora, mas acabou cedendo às pressões do sogro e ficou. No quinto dia, o levita deveria ter ido embora de madrugada, mas o sogro insistiu para que ficasse mais um pouquinho... insistiu... mais um pouquinho... até que o levita pegou a moça e foi embora – mas já era dia avançado quando começou a viagem.
   A noite pegou os viajantes quando estavam próximos de “Jebus”, a cidade de Jerusalém que, à época, era habitada pelos Jebuseus. Então o servo do levita lhe deu um conselho:
   - Vamos passar a noite na cidade de Jebus... pois já está ficando tarde.
   Mas o levita não quis dormir em Jebus, entendendo que uma cidade habitada por irmãos israelitas seria mais segura e agradável.
   Terrível engano.
   Os viajantes foram à Gibeá, na herança dos filhos de Benjamim, e ficaram no meio da praça esperando que alguém, algum irmão, lhes oferecesse abrigo.
   Nada.
  Até que um homem velho, da região montanhosa de Efraim, que estava morando naquele lugar, compadece-se dos viajantes e lhes ofereceu abrigo, mas já era tarde...
   Alguns homens daquela cidade, homens violentos e levianos, intentaram abusar sexualmente do levita e exigiram que o velho o entregasse. O velho pegou a concubina do levita pelo braço e jogo-a para fora da casa, nas mãos dos criminosos, e ficou seguro e abrigado com o levita.
   Nesse ponto, ocorre um fato que coloca os filhos de Israel exatamente no mesmo patamar dos homens de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19).
   A mulher foi torturada e abusada de tal forma que estava quase à morte quando os homens de Gibeá, já quase dia, a deixaram ir. Então Ela se arrastou até a porta do lugar onde seu senhor estava e esperou por socorro até que se fez dia claro. Mas o levita estava abrigado e seguro e não teve pressa em acudi-la. Somente com o sol claro foi que o levita saiu, para seguir viagem e a viu, morta, deitada na porta da casa. Então ele sentiu a dor e o sofrimento que sua concubina passara e resolveu incitar todas as tribos de Israel contra os filhos de Benjamim.
   O marido cortou o corpo da mulher em 12 pedaços e os enviou às 12 tribos de Israel, contando o que havia acontecido. Todos ficavam aterrorizados. Não apenas com um pedaço de corpo chegando como mensagem à tribo, mas também com o crime dos filhos de Benjamim.
   O resultado desse terrível episódio, foi a terceira guerra civil de Israel.
Muitas reflexões podem ser feitas com base nesse trecho tão triste da história do povo de Deus. Mas eu gostaria de comentar a escolha do levita em não ficar em Jebus e ir para uma cidade habitada pelo povo de Deus.
   Entre o povo de Deus, o levita encontrou corrupção, violência e degradação.
  Que tristeza! Deus havia levantado o povo de Israel como sacerdote entre os povos. Esse povo era descendente de Abraão – o homem que creu em Deus, era a menina dos olhos de Deus, um povo eleito e cuidado de perto pelas mãos poderosas do próprio EU SOU.
   Mas os israelitas optaram pelos deuses dos cananeus. Fizeram loucura em Israel e abandonaram os preceitos de Jeová.
   Como é triste perceber que, ainda hoje, em tantas ocasiões, os “não cristãos”, chamados “ímpios”, são mais agradáveis, verdadeiros e reverentes que o próprio povo denominado “crente”.
   O chamado “povo de Deus”, hoje, muitas vezes, também se torna tropeço e vergonha. Povo impiedoso, maledicente e cruel. Gente que não sabe demonstrar afeto e compaixão, mas somente julgar, criticar e oprimir. Povo violento com as palavras e com o olhar. Povo frio, sem hospitalidade. Avarento.
   Que o Senhor Jesus seja nosso espelho e guia, nos ajudando a sermos servos uns dos outros, piedosos e compassivos como é o nosso Mestre.
   Que o Senhor me ajude a ser sensível à dor das pessoas. Sensata e equilibrada. Amorosa. Que o fruto do Espírito Santo brilhe em mim de tal forma que eu possa testemunhar da graça salvadora e da misericórdia eterna do Deus que me tirou das trevas para sua maravilhosa luz.
   Que a Igreja de Cristo seja, nesse tempo, um exemplo vivo e puro de transformação de vidas para a Glória de Deus. Dessa forma, estar entre os filhos de Israel será, finalmente, uma excelente opção.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Amar, obedecer, servir...

Esse título parece um pouco com aquele título do filme da Julia Roberts ...rs..rs.. mas não tem nada a ver viu? rs...rs...

Livro de Josué, capítulo 22, versículo 5.
Em resumo, a vida cristã é:
Amar a Deus
Andar com Ele e obedecê-lo
Servir ao Senhor

Às vezes me pergunto, afinal, como é que deve ser uma pessoa que realmente anda com Deus. Quero dizer, muita gente fala as “palavrinhas mágicas” e acredita que está andando com Deus. A Palavra mágica da vez é “milagre”. Todo mundo quer um milagre. Eu também quero, é obvio, e estou orando para que Deus faça. Mas quem é que quer andar com Deus e perseverar Nele até o fim da vida, ainda que nunca veja um milagre? Ou mais ainda, quem é que quer continuar andando com Deus depois que já conseguiu o seu milagre? E ainda, quem é que quer andar na presença de Deus, mesmo que esteja tudo bem e nunca precise realmente de clamar por um milagre?
Aquele que ama ao Senhor permanece Nele independente das circunstâncias e caminha com Ele.
Em Josué 22:5 encontramos um versículo que sintetiza três passos para alguém que deseja ser realmente alguém que guarda a Palavra do Senhor e vive Nele.
O contexto era de relativa tranqüilidade, depois de um turbilhão de batalhas e da própria divisão da terra prometida entre as tribos de Israel. Agora cada tribo deveria cuidar do seu pedaço e as duas tribos e meia, que tiveram herança em Gileade, estavam voltando para suas casas para reconstruir o que precisava ser reconstruído e descansar da guerra.
Josué, então, abençoa essas tribos e faz um alerta: para que tenham cuidado de “amar ao Senhor, obedecê-lo e servi-lo.”
Nesse ponto Josué fala em cuidado e diligência. Não é uma coisa de quem tá caminhando displicentemente. Não é coisa de quem está relaxado na fé, vivendo uma vida cristã medíocre e sem preocupações na Palavra. Não é coisa de quem está dormindo.
É cuidado, atenção, diligência. É coisa de quem é detalhista. É coisa de quem se importa com pequenas coisas. É seriedade. É estar acordado.
Tenha cuidado e diligência para andar com Deus. Não permita que a sua falta de compromisso e de atenção para com as coisas de Deus te leve a ser displicente.
1)      Amar ao Senhor é obedecê-lo. Não ter outros deuses.
Antigamente, na minha opinião, era mais fácil não servir a outros deuses. Pois eles eram de pau e pedra e, caso você quisesse parar de servi-los, você derrubava os altares deles e pronto.
Mas, hoje, você tem que ter cuidado com seu coração. A idolatria está na nossa alma.
Amamos coisas, roupas, pessoas famosas. Amamos nosso próprio corpo. Nosso próprio prazer. Amamos a nós mesmos. Amamos ao dinheiro.
Josué disse: cuidado e diligência para amar ao Senhor.
2)      O que é andar com Deus? Guardar os seus mandamentos.
Jesus disse que aquele que tem os mandamentos do Senhor e os guarda, é esse o que ama ao Senhor.
Obediência é a palavra da vez.
Um estilo de vida careta.
Você se levanta do meio das suas amigas quando a fofoca começa.
Você desliga a televisão quando coisas inconvenientes começam, ou quando está na hora de orar, ou quando está na hora de dar atenção à família.
Você não tem inveja das conquistas dos outros e nem deixa a sua boca proferir palavras de maldição só porque eles conseguiram mais do que você, com o trabalho deles.
Você não dá maus conselhos. É melhor ficar calado (a), do que falar contra as coisas de Deus apenas para ser “legal” com alguém.
A criação espera ver a glória de Deus em nós brilhar. As pessoas esperam ver a luz de Deus em nós. Precisamos falar e viver a vida de Deus. Andar com Ele.
Pregar o evangelho também é obediência a uma ordenança do Senhor. É uma necessidade para todo cristão.
3)      O que é servir a Deus?
Aí entra no assunto dos dons. Gosto desse assunto. É quando você abre o presente que Deus te deu e usa ele. Você não enterra o talento que ele te deu. Você não é um banqueiro de Deus (aquele que num trabalha, só fica no banco).
Servir a Deus é servir ao próximo, é servir à igreja, é servir à nossa própria família.
Cuidado e diligência...
Por mais que as verdades trazidas por esses três verbos (amar, obedecer, servir) pareçam simples, a prática diária dessas coisas é algo absurdamente difícil para qualquer ser humano. Somente com a força do Espírito Santo, que nos impulsiona para Cristo, poderemos amar a Deus verdadeiramente, obedecê-lo com alegria e servi-lo com dedicação.
Ao reler este texto, que escrevi a muito tempo, no meu devocional, sinto-me triste por saber que tantas vezes agi displicentemente.
Vamos pedir ao Senhor Jesus Cristo que nos dê cuidado e diligência, porque as promessas decorrentes disso são de paz, descanso e tranqüilidade na terra que Deus nos faz possuir.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Deuteronômio e a Palavra

Deuteronômio é um livro impressionante. Todo o caminho de Israel, desde o Egito até a morte de Moisés (já de posse da terra a oriente do rio Jordão), é narrado de forma dinâmica a uma segunda geração, que não viveu os fatos do Êxodo.

O livro é escrito, segundo os estudiosos, com o formato de uma espécie de tratado (ou contrato), estabelecendo um acordo/ aliança entre Deus e seu povo, os resultados do cumprimento do acordo e as cláusulas que instituem as conseqüências da desobediência.
Embora o nome do livro (dado em razão da “septuaginta”) signifique “segunda lei”, o livro é, na verdade, a repetição da história do Êxodo de Israel e da Lei revelada a Moisés, para a geração que nasceu no deserto ou que para lá foi levada por seus pais ainda no colo.

Trata-se de um cuidado de Moisés para com o povo. Israel havia se multiplicado muito (Dt 1:10) e estava prestes a tomar a terra dos cananeus. Mas o povo não poderia e não deveria se esquecer de Deus que os havia levado até lá.
É de se pensar que o mais lógico seria que o livro narrasse um treinamento de guerra. Ora, o povo estava prestes a iniciar uma temporada de batalhas infindáveis até conseguir se estabelecer na terra, era necessário treinar guerreiros... formar um exército forte aos olhos humanos...

Ou talvez, fosse também lógico que tivéssemos uma narração de como Moisés treinava o povo com técnicas agrícolas de ponta para que soubessem como gerir seus negócios na nova terra. Senão poderiam até falir. Moisés deveria dar um curso: “Como gerir seus negócios em Canaã”.
A preparação do povo poderia ser de várias formas. Mas o treinamento mais importante que devemos ter foi o que Moisés deu ao povo na entrada da terra. A PALAVRA.

Moisés relembrou, re-ensinou, falou de novo, repetiu... para que a Lei e os ensinamentos do Senhor não fossem esquecidos enquanto o povo guerreava, se estabelecia, se acalmava, possuía a terra e nela produzia.
Antes de qualquer coisa precisamos conhecer, entender e absorver a PALAVRA.

Outro momento da história que nos traz este entendimento encontra-se narrado em Mateus capítulo 4, quando Jesus foi tentado. Quando nosso Mestre estava com fome, possivelmente enfraquecido, no deserto, com uma companhia nada agradável fazendo-lhe sugestões malignas, Ele invocou sabiamente a PALAVRA. Jesus disse: “Está escrito”. Através da PALAVRA, Jesus refutou os argumentos do maligno e venceu as tentações.
A Bíblia é a Palavra de Deus. É a fonte do conhecimento do Deus Vivo e Verdadeiro, do Deus Onipotente e Invisível. É ela que nos traz a revelação da salvação por meio de CRISTO, Deus encarnado. A PALAVRA precisa ser o alimento da nossa alma. Voltemo-nos a ela.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Personalidade de Absalão


Absalão era, para os valores do mundo, um grande homem. Tudo o que o mundo valoriza em alguém era encontrado em Absalão. A primeira coisa que o mundo vê é a aparência, e a beleza de Absalão era impressionante (II Samuel 14: 25 e 26). Outro grande valor impregnado nas entrelinhas das sociedades humanas é o valor das riquezas, e Absalão era um homem muito rico, um verdadeiro príncipe de uma nação respeitada em toda a terra (como foi Israel nos tempos de Davi e Salomão). Absalão poderia ter tudo que desejasse, fossem coisas ou pessoas. Outra característica que reflete uma pessoa bem sucedida para os valores do mundo é o poder, e Absalão era homem influente, ministro que assistia junto ao rei em suas decisões (II Samuel 8:18).

No que diz respeito a sua personalidade, Absalão também seria reverenciado nos nossos dias. Era proativo, tinha espírito empreendedor, não desistia de seus projetos pessoais, impulsivo, criativo e obstinado. Além do que, devotava grande lealdade a sua irmã, permeando toda a sua história com um toque de paixão (II Samuel 13:20 a 22, 32 e 33 e II Samuel 14: 27).

Absalão era um fenômeno.

Se algum grande cineasta fosse representar a história de alguém como Absalão, o colocaria como um grande herói, alguém digno de admiração. Provavelmente o ator mais famoso e bonito de “Hollywood” iria ser perfeito para representar “O grande Absalão”.

No entanto...

Todos esses valores e qualidades não querem dizer absolutamente NADA, conforme os valores apregoados pela Bíblia, a Palavra de Deus.

Muitos filósofos, ao longo dos vários movimentos e pensamentos da história, criticaram seriamente o cristianismo, por ser uma filosofia de vida que renega a “grandeza”, que relativiza a beleza e a riqueza como sendo coisas “desnecessárias”.

Para exemplificar, podemos citar o pensamento grego que considerava a compaixão como uma séria fraqueza, esse conceito foi seriamente atingido pela pregação de um carpinteiro que tinha olhar de compaixão e doou a própria vida em favor dos inimigos, para dar-lhes o perdão.

Absalão foi tão grande e também foi uma grande desgraça para a casa de Davi, seu pai, e para todo o Israel. Certos traços de personalidade e certas escolhas que embasaram suas atitudes demonstram claramente que NADA VALE beleza, riqueza, glória, poder, astúcia e política. Todas essas coisas somente serão instrumentos graciosos para alegria e paz se houver HUMILDADE, PERDÃO, COMPAIXÃO, AMOR, FIDELIDADE, VERDADE, MANSIDÃO... coisas contra as quais não há lei.

Quem conhece a história de Absalão, que se encontra nos capítulos 13 a 18 de II Samuel, sabe que ele foi traiçoeiro, traidor, vingativo, usurpador, falso, violento, manipulador, tentou roubar o trono de seu pai e manipulou uma nação para alcançar seus objetivos pessoais, roubando o coração das pessoas, convencendo-as com seu charme e usando-as como objetos.

Pessoas como Absalão realmente arrancam admiração por onde passam. Mas o impacto negativo que elas causam custa caríssimo.

Que o Senhor nos ajude a termos inteligência e sabedoria para filtrar os nossos pensamentos e sentimentos, não nos deixando influenciar pelos valores desse mundo, para que não percamos a vida correndo atrás de dinheiro e dinheiro, para comprar beleza, poder e influencia, uma vez que todas essas coisas não são nada, sem a humildade, a compaixão, o amor ao próximo, a caridade, o perdão, a lealdade, a hospitalidade, a mansidão e a bondade, coisas que inundam a nossa alma através de um encontro pessoal com CRISTO, aquele que limpa nossa alma.

“ Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que o mundo acha fraco. Para destruir o que o mundo pensa que é importante, Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz que não tem valor. Isso quer dizer que ninguém pode ficar orgulhoso, pois sabe que está sendo visto por Deus.”
(I Coríntios 1: 27 a 29 . NTLH)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Uma dura caminhada por toda a noite...

Eram duas facções políticas diferentes. Dois líderes de lados opostos, com seus respectivos homens fiéis. Duas pessoas que buscavam caminhos diversos. Mas ambos tiveram de caminhar a noite toda.

A leitura do capítulo 2 de II Samuel nos revela esse contraste após uma espécie de guerra civil entre os homens que apoiavam Davi e os homens que apoiavam Is-Bosete, o filho de Saul. No versículo 29, Abner volta derrotado, humilhado, após um tempo de grande aperto, e caminha toda a noite com seus homens e vai a Maanaim, onde estava plantado o reinado de Is-Boste. No versículo 32, Joabe volta do sepultamento de seu irmão Asael, em Belém, e caminha toda a noite de volta para Hebrom, onde estava estabelecido o reinado de Davi.

Dois guerreiros experientes e uma caminhada escura. O que será que passava na mente daqueles homens durante a caminhada? Vingança? Pelo contexto, podemos imaginar pensamentos tão obscuros quanto a noite na qual caminhavam.
O que podemos aprender com esse contraste é que seja pela humilhação, pela derrota, pela vergonha ou pela falta de opção, seja pela dor da perda, pela visita da morte, pelo choro da alma ou pela falta de esperança, todos nós passaremos pela dura caminhada longa durante toda a noite, é aquele período no qual nos sentimos sem forças, tocando a vida para frente, caminhando por uma estrada que não vemos a hora de acabar. São momentos da vida que não duram para sempre, a caminhada da noite sempre termina.

E a caminhada termina diante do rei.

A diferença entre esses dois homens é diante de qual rei eles estariam quando chegassem do seu caminho.
Se você já faz parte daquele grupo de pessoas que se renderam ao Reinado de Jesus, então você sabe que por mais dura que esteja sendo a sua caminhada, ela vai terminar numa belíssima manhã diante do Rei dos Reis. Essa esperança é o motivo da nossa maior alegria.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Noé andava com Deus!

Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus. (Gênesis 6: 9)

A Bíblia afirma que a maldade dos homens havia se multiplicado por sobre a terra de tal forma, que o Senhor se arrependeu de ter criado o homem. Era tempo de grande violência e desregramento. Os homens não respeitavam a vida de seus iguais. Eram violentos em todos os sentidos. A luxúria e a falta de respeito eram enormes.

Hoje, as notícias de crimes terríveis e de desrespeito pela vida nos assustam também. Mas não são novidades trazidas pela modernidade. Já nos primeiros tempos, antes mesmo do dilúvio, a maldade do homem e suas atitudes desrespeitosas e grosseiras eram conhecidas. Imaginamos, às vezes, que estupros, homicídios, roubos, maledicências, grosserias, falta de respeito... imaginamos que essas coisas são frutos da modernidade. Que “hoje em dia as coisas estão indo de mal a pior...”. Mas a maldade do homem é absurda desde os dias anteriores a Noé.

No entanto, havia um homem que achara graça diante do Senhor. Ele não havia se contaminado. Seus dias eram maus, ele, provavelmente, aprendera que várias coisas “não tinham nada a ver...”. Ele foi bombardeado com toda informação negativa que levava à violência e à luxúria.

Ele era um homem comum, vivendo o seu tempo, mas, entre todos os homens, Noé achara graça diante de Deus. Hoje, eu me pergunto se é possível manter valores e crenças em um mundo tão devastado pelo pecado. O nosso pecado. Mas, através desse texto de Gênesis, eu posso dizer que é possível.

É possível que meninas jovens e crentes sejam fiéis a Deus e se guardem para o seu marido.
É possível que homens também sejam respeitosos e honestos, mesmo quando não há fiscalização do Governo.
É possível que pessoas entendam que outras pessoas são muitíssimo mais importantes que as coisas que elas possam ter.
É possível criar filhos para Deus e não para o mundo.
É possível amar a Deus e obedecê-lo.

É possível ser honesto, ser justo, ser íntegro, ser irrepreensível, mesmo que estejamos vivendo em um mundo terrível, onde a família perde força e valores ficam distorcidos, onde acontecem os mais terríveis crimes e onde as pessoas valorizam coisas acima de pessoas.

Deus olhou para a terra nos tempos narrados em Gênesis 6, e Ele se agradou de Noé. Desejo que Deus olhe para mim e para minha família, nestes tempos terríveis de falta de amor, e que nos ache de joelhos, invocando a graça da parte de Deus sobre nós.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Crente normal

Há alguns dias, estive desabafando com uma pessoa, crente, sobre minhas dores d’alma e problemas de saúde. A resposta que obtive me deixou estarrecida: afinal de contas, o que é que se tem ensinado nas igrejas???

Não consigo transcrever nossa conversa aqui, mas vou parafrasear a opinião dela e de tantas outras pessoas com as quais já conversei.

Segundo essas pessoas, Deus é absolutamente bom e nada de mal pode vir dEle (até aí tudo ótimo). Mas as conclusões decorrentes são completamente antibíblicas. Para elas, crente nenhum precisa sofrer problema de qualquer natureza, pois Deus é o nosso pai e Ele não nos dá sofrimento algum, todo o sofrimento humano (para os crentes) teria sumido depois do sacrifício de Jesus. Se sofremos, dizem eles, é porque demos brechas para o capeta entrar!!! Se sofremos, é porque alguém mau nos fez algo ruim... mas sempre poderemos repreender tudo o que é mau, tomar posse da benção e determinar a vitória!!!

Para nós, os crentes, continuam dizendo, não deve haver doenças, dores físicas, nem remédios ou hospitais... para nós, não deve haver problemas financeiros, nem dificuldades familiares... apenas bênçãos... caso contrário, é falta de fé ou de oração.

Fico estarrecida e recito para essas pessoas vários momentos na Palavra em que Deus levou o povo à humilhação e ao sofrimento, não para feri-lo, mas para demonstrar verdades eternas. Afirmo que até as coisas ruins e até o próprio capeta estão a serviço de Deus e do seu Plano eterno. Penso em José anos a fio na prisão, injustamente. Penso no povo de Israel escravizado por um povo que os acolhera anteriormente. Falo do deserto e dos tempos do exílio e de tantos outros textos... Sabe o que eu já ouvi?

“Quem escreveu a Bíblia, os profetas e coisa e tal, erraram em muitos momentos... não devemos acreditar quando eles falam que foi Deus que mandou essas coisas...  (PASMEM!!!!!) talvez no original hebraico ou grego haja uma mudança de sentido... essas partes da Bíblia não merecem muito crédito... devemos mesmo é nos focar na parte que fala que somos vitoriosos!”

Fico assustada. Há pessoas que defendem que crente que sofre alguma coisa ruim está fora dos propósitos de Deus. Somente podemos sofrer se for por causa da pregação do evangelho.

Vou escrever aqui o que penso e o que compartilhei com algumas pessoas e ainda espero compartilhar mais.

Crente também pode passar por problemas financeiros, pelos mais variados motivos. Crente também sofre humilhações das mais variadas formas. Crente pode ter problemas na família. Crentes podem sofrer males físicos. Crentes morrem com doenças crônicas. Crentes sentem dores de cabeça e de barriga. Infelizmente, crentes fies a Deus podem vir a morrer com câncer. Crentes podem demorar para casar ou até mesmo nem se casar. Crentes podem ter problemas para engravidar. Crentes sofrem todas as dores que naturalmente um não crente também pode sofrer. Às vezes, crentes sofrem essas coisas com mais intensidade que um não crente. Sabe por que?

São dezenas de explicações teológicas... mas eu vou dar duas explicações, pois são essas que ardem no meu coração, consolando-me nas minhas dores (muito embora eu não tenha achado muitos crentes capazes de me dar uma palavra de consolo).

1)      Porque nosso corpo ainda não foi glorificado. Muitos crentes vivem como se já tivessem recebido a coroa da vida. Como se andassem em nuvens e não precisassem pisar o mesmo chão que pisam os imundos pecadores.... mas a verdade é que ainda somos carne e osso. Ainda estamos susceptíveis à morte e às dores. A diferença é que aguardamos ansiosos o momento em que nos livraremos da carga do pecado.



2)      Porque o Senhor nos ama e nos ensina através do sofrimento. É no momento da dor que somos aperfeiçoados. É no momento da dor que entendemos – não apenas com a razão, mas com a alma – que somos completamente dependentes dAquele que nos amou. É no momento dos desertos, quando estamos nos vales da sombra da morte é que nós aprendemos que não devemos temer mal algum, pois o Senhor está conosco. É no momento da angústia que abrimos todas as janelas da nossa alma para o agir do Senhor. Quando a provação nos refina como um metal que passa pelo fogo, nós aprendemos a amar ao Senhor e nos alegrar nEle, ainda mesmo que nossos olhos estejam cheios de lágrimas.

Querido crente normal, Deus é absolutamente bom!!! Mesmo que suas dores e lutas estejam machucando a sua alma... lembre-se, Ele tem ouvidos para ouvir, Ele escuta o choro e a oração de quem se humilha diante dEle, Ele pode curar, abrir portas, trazer vitórias, Ele se compadece de nós, Ele nos ama, no entanto, ainda mesmo que nada mais Ele te dê, Ele continuará sendo o bondoso Pai de amor que nos salvou. O amor dEle se manifesta em dias bons e também nos ruins. O choro pode durar uma noite inteira (esperamos que não dure), mas o sol vai brilhar maravilhoso logo no amanhecer.

Digo tudo isso com muito temor, pois estou no meio de um deserto terrível e duradouro e minhas forças já desfaleceram várias vezes, mas...

Graças a Deus, inclusive pelas nossas provações! Aleluia!

“Tende por motivo de toda a alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” Tiago 1: 2 a 4.

A propósito, deixo abaixo um link de uma mensagem curtinha (duas postagens no “youtube” de média de 10 minutos) do Pastor Jeremias Pereira, que muito falou ao meu coração:


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Abigail: atitude certa, na hora certa!!!


Sempre fico impressionada quando me deparo, na leitura da Palavra, com mulheres que mudaram a historia ou ajudaram a construí-la. Mulheres servas do Deus Vivo. Eu fico espantada, porque as histórias bíblicas se passam em um contexto patriarcal e em um tempo muito cruel com as mulheres. A Lei de Israel protegia as mulheres em muitos momentos, mas o tempo no qual a história delas foi construída atribuía-lhes o mesmo valor que um objeto. Um objeto caro e útil, mas um objeto. Por isso é tão fenomenal quando elas se tornam senhoras da sua própria história.

Abigail é uma mulher intrigante.

Inteligente, perspicaz, sábia e linda e ao mesmo tempo humilde, serva, delicada e amável. Logo nos primeiros momentos da narrativa bíblica, ela é chamada de “sensata e formosa” (I Samuel 25:3).

No entanto, essa mulher preciosa era casada com um homem mau. Grosseiro, rude e imprudente. A atitude de Nabal perante os servos de Davi poderia ter custado não apenas a sua própria vida como também a vida de toda a sua família. Haveria grande morticínio na sua casa, não fosse a atitude correta, na hora certa, que sua mulher Abigail tomou.

Em quê Nabal estava pensando? Se é que “tolo” pensa? Ele achou que Davi, com aquele exército de valentes iria “colocar o rabinho entre as pernas” e sair de cabeça baixa? Ele achou que poderia usufruir da proteção daqueles homens sem lhes devolver nada em troca? Ele achou mesmo que gritaria um monte de desaforos para um grupo de homens armados e não sofreria dano? Como ele pôde não pensar em sua família? Com todo aquele dinheiro e aquele “tino” para os negócios ele não foi capaz de avaliar os riscos? Ou não se importou?

Muitos homens dos nossos dias também são assim: maus. Eles podem estar entre os homens mais ricos e poderosos da região (exatamente como Nabal estava), ou podem estar nos becos e morros das cidades usufruindo de “poder” através de suas armas. São homens (e mulheres também) parecidos com Nabal, pois proferem injúrias gritando, usam de violência para com os mais fracos e inocentes, e enriquecem às custas da mais absurda falta de valor pela vida do outro. Homens assim somente conseguirão enxergar o absurdo de suas próprias ações através de um toque do Senhor.

Mas eu quero mesmo é falar de Abigail. Mulher interessante. Tem que ser mesmo muito forte e equilibrada para ficar de pé diante de um exército de homens armados, liderados por um homem irado, chegar perto, olhar olho no olho desses homens e falar palavras sábias que acalmam a alma como água fresca no deserto. A atitude certa, na hora certa.

Nada vale a atitude errada na hora certa. Nada vale a melhor atitude na hora errada!

Muitas vezes estamos diante da oportunidade perfeita, mais agimos de forma errada. O marido que não acolhe a esposa no momento de maior sensibilidade dela. A esposa que não elogia a forma carinhosa ou prestativa com a qual o marido agiu. O patrão que ignora as qualidades do empregado esforçado. A mãe que não escuta as histórias que o filho tem para contar enquanto ele ainda é criança. Os filhos adolescentes que não entendem o cuidado dos pais. O líder que deixa de observar que os liderados estão ficando desanimados.

Quando a oportunidade passou.... a esposa sensível já se tornou amarga, o marido perdeu o interesse em ser carinhoso ou prestativo, o empregado já arrumou outro emprego, o filho cresceu e não tem mais histórias para contar, os pais envelheceram sem saber o tanto que são amados e os liderados se foram.

Imaginem se nossa heroína agisse com arrogância? Gritasse que havia trazido doações, mas que não era para Davi ficar mau acostumado, ela não ia ficar sustentando “marmanjo”. Abigail precisava de espírito manso e humilde, essa era a atitude certa.

Imaginem se Abigail esperasse mais algumas horas para começar a separar as doações para o exército de Davi? A Bíblia diz que ela começou a se preparar com toda a pressa possível. O tempo estava passando. A oportunidade estava se esvaindo. Acorda, Abigail, esta é a hora certa!

Tenho pensado muito nesses dias: como é difícil agir como Abigail, como é difícil agir corretamente na hora exata da necessidade. Mas a Palavra nos ensina que Deus concede sabedoria liberalmente, àqueles que recorrem a ele.

Deus nos ajude a discernir a forma mais sábia de agir nas mais diversas situações e contextos e nos capacite com ousadia e força para agir da maneira certa na hora certa.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Gideão, Deus é contigo.


O texto de Juízes 6: 1 a 16 nos descreve uma cena cinematográfica.

Em um tempo de muitas guerras, povos nômades do leste e sudeste (amalequitas e midianitas) subiam contra Israel periodicamente para os destruir, para destruir a dignidade de Israel como povo.

Estrategicamente, estes inimigos do povo de Deus aguardavam o momento oportuno. Depois que a terra fosse semeada, era a hora de destruir tudo o que havia sido plantado. Todo o trabalho de tantas famílias...

A Bíblia nos fala que eram como gafanhotos. Que cena grotesca!

Imaginem os gritos de tantas mulheres, o choro de tantas crianças, o desespero de tantos homens que não poderiam sustentar suas famílias. Imaginem o medo.

O sentimento de fracasso e frustração tomara conta dos corações: “Não adianta mais plantar”, diziam os filhos de Israel. “Vamos nos esconder nas montanhas. Vamos abandonar nossas casas, nossa vida, nossa paz e vamos nos esconder em cavernas e buracos, pois é isso que somos: bichos escondidos, medrosos”.

Então um Anjo apareceu em Israel.

ALELUIA o Senhor enviou socorro!!!!

O povo havia escolhido outros deuses e abandonado o Senhor. Não havia uma liderança sequer capaz de conduzir o povo para um bom caminho. O lagar virou lugar de malhar o trigo. Tudo estava errado. Gideão estava escondido. Revoltado e inquieto. O Anjo trouxe boas notícias:

- O Senhor é contigo homem valente!

Gideão já foi logo retrucando:

- Está nada não! Cadê Ele, então?

Quando Gideão percebeu do que é que o Anjo estava falando, ficou ainda mais assustado e fez uma pergunta que é a pergunta que eu quero trazer para reflexão hoje:

“Como vou conseguir? Se eu sou tão pequeno?”

Mas a resposta do Anjo foi espetacular:

- Já que EU SOU contigo...

Muitos desafios aparecem na nossa vida a cada dia. Eles não avisam, nem mandam recado, eles despencam nas nossas cabeças.

A doença.

A falta das coisas.

A ofensa.

Os ataques do inimigo.

O desgaste.

A nossa natureza pecaminosa gritando por comida.

O deserto.

A humilhação.

Como enfrentar estas coisas?

“Já que EU SOU contigo...”

Fortaleça-se, oh minha alma! Avante! Firme! Pois posso dizer, gritar...

EMANUEL!

O SENHOR É COMIGO!

domingo, 6 de maio de 2012

A escolha de Rute

 O tempo dos juízes foi muito difícil para todo mundo. Muita gente deve ter morrido devido à falta de recursos, quando Deus disciplinava o seu povo infiel. A degradação moral e espiritual do povo de Deus era intensa e corroia os valores, a fé, a família. Tudo isso refletiu no êxodo de uma família para Moabe.

Olhando para a história de Rute, fico aterrorizada com o sofrimento de Noemi. Ela realmente estava amargurada. Que tristeza perder tudo! Todo aquele sofrimento da falta de comida e de recursos amargou-lhe a alma a ponto de dar a seus dois filhos os nomes de “doentio” (Malom) e de “fracasso” (Quiliom). A viagem até Moabe não deve ter sido fácil também. O tempo de adaptação... Dois filhos com tantas perguntas que não se pode responder. Quanta falta de esperança!

A morte rondara Noemi e a encontrou. Levou primeiro seu marido. Deixou a solidão. Mesmo com dois filhos, nada se compara à presença do marido que te acompanhou em toda a sua jornada. Havia um frio e um vazio horrível na vida de Noemi. Mas era só o princípio.

A dor de perder um filho já deve ser desesperadora. Quanto mais a dor de perder dois filhos. De ficar completamente sozinha. Tudo que Noemi conhecia como família havia sumido.

Imagino o choro dela. Desesperado. Sofrido. Verdadeiro.

Suas noras estavam com ela. Não a abandonaram. Noemi as chamava de “minhas filhas”. Mas esse carinho era motivo de ainda mais dor, pois eram, agora, três mulheres sozinhas num momento da história em que isso não significava simplesmente NADA para a sociedade.

Foi para esta Noemi que Rute olhou e viu nela desolação. Com tudo isso, Rute optou pelo Deus de Noemi. Ela não foi atrás de vitórias e honras, mas atrás de um Deus que continua sendo Deus absoluto e verdadeiro, mesmo em tempos de desolação.

A história de Rute nos ensina muitas coisas, entre elas, a amar a Deus e a optar por segui-lo mesmo em tempos de deserto, de sofrimento, de dor, de decepção e frustração. Deus é Deus para além de todas as coisas que conhecemos. Desde a eternidade Ele é Deus. Nosso amor pelo Senhor não pode depender das coisas que eles nos dá. Nosso amor pelo Senhor não pode depender das circunstâncias.

No entanto... (e a Palavra de Deus traz muitos “no entantos”)

Deus foi benevolente com Rute e a abençoou com marido, filho e honra. O grande EU SOU olhou com doçura para Mara. O TODO PODEROSO providenciou um meio de uma gentia de Moabe (excluída da congregação de Israel) ser ancestral do MESSIAS. Noemi teve um netinho. JEOVÁ é RESGATADOR. Benevolência, misericórdia e compaixão estão presentes no olhar mais doce que existe.

A história de Rute demonstra que o Senhor, o Deus de todo o universo, o Criador de todas as coisas, o grande e poderoso EU SOU cuida de pessoas pequenas, pessoazinhas frágeis e debilitadas pela vida. Gente que aos olhos dos outros é nada. Gente completamente sem esperança.

Restaurador, resgatador, restituidor.

O resgate virá Rute. Ele já veio!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Hofni e Finéias

Hofni e Finéias eram como são, hoje, o que chamamos de filhos da igreja. Foram criados na Casa de Deus, no Templo, perante as coisas mais sagradas que existiam na sua época. Ouviram falar de como era poderoso e zeloso o Deus de Israel. Ouviram do Êxodo e dos grandes milagres. Quando crianças, corriam e brincavam nas imediações do Templo, sempre muito perto da presença de Deus. Cresceram e Aprenderam a oferecer os sacrifícios e a trabalhar naquele que era um dos cargos eclesiásticos mais importantes da época: eram sacerdotes. Eram filhos do Sumo-sacertode. Esses dois homens tinham tudo para experimentar o que tinha de mais excelente na presença de Deus.

O que aconteceu com eles é um alerta para nós: As coisas sagradas faziam parte da rotina deles e passaram a parecer comuns, ordinárias, corriqueiras. Mas eram coisas sagradas. A partir daí, eles passaram a agir com leviandade, desprezando o serviço do templo e agindo com irreverência diante do Altíssimo.

Hofni e Finéias não acreditaram no Juízo do Senhor, acharam que poderiam usar as coisas de Deus em favor de seus próprios interesses e que tudo estaria bom. Não tiveram temor, e o temor do Senhor é o princípio do saber.

Eles lidavam todos os dias com as coisas mais sagradas e as desprezavam e foi terrível o final deles.

Quando lemos essa parte da narrativa bíblica, temos a tendência de colocar Hofni e Finéias como “vilões” e de falar de Samuel como uma espécie de “mocinho e herói”.

E as coisas são mesmo assim!

Mas, hoje, parei para olhar para esses dois moços com mais atenção e me senti terrivelmente propensa a fazer as mesmas coisas. Se analisarmos a situação com mais sensibilidade, veremos que todos nós corremos o grave risco de cometer o pecado deles, pois lidamos com o que tem de mais Sagrado e Santo todos os dias. Temos o Espírito de Deus dentro de nós. Que o Senhor nos ajude a não desprezarmos a voz do Espírito Santo.

Eu sei que a perfeição somente virá com a glorificação, após a segunda vinda de Cristo, mas peço a Deus para ter reverencia e amor a Ele a ponto de não me manter deliberadamente no pecado e de não desprezar a Palavra de Deus. Que o Senhor nos ajude a não usarmos o nome Dele em vão, a não brincarmos com as coisas sagradas, a não usarmos as coisas de Deus com leviandade, para nosso própria riqueza e glória.

Que o Espírito Santo nos ajude a ama-lo com todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com toda nossa força (Deuteronômio 6:4 e 5).

Que, nós, os filhos da Igreja, cresçamos reverentes à Palavra de Deus. Amando ao Senhor e entendo a verdade das Escrituras. E, assim, que os filhos da igreja de Cristo cresçam como Samuel:

“Mas o jovem Samuel crescia em estatura e no favor do Senhor e dos homens” (I Samuel 2:26).

Mas, se você ainda não teve uma experiência real com o Senhor, o Deus Vivo, ainda há tempo de entregar a sua vida a Ele e, depois disso, você perceberá como é real e verdadeira a presença dEle em você todos os dias.

terça-feira, 24 de abril de 2012

A Pedra Mó


A Pedra Mó é o Espírito Santo.

Lendo a Palavra agente sempre se depara com textos específicos que nos chamam a atenção. Na minha leitura do Pentateuco, passei por Deuteronômio 24:6, que trata de uma lei, uma regra de Direito para os Israelitas, que tinham seu sistema jurídico diretamente vinculado às Leis religiosas.

Achei interessante essa regrinha em específico, acerca do penhor.

Primeiramente vamos esclarecer as coisas.

Em português, os termos “penhor” e “penhora”, por causa da proximidade fonética, carregam certa confusão, mas trata-se de institutos jurídicos completamente diferentes.

Penhor é um ato pelo qual o indivíduo destina certo patrimônio como garantia do pagamento de determinada dívida. Por exemplo, o cheque que se dá ao Hospital como garantia para o atendimento é uma espécie de penhor. Caso os gastos médicos não sejam pagos de outra forma, o cheque será descontado.

Penhora, por sua vez, é um ato judicial de execução, emitido por um juiz e cumprido por um oficial de justiça.

O texto bíblico trata do penhor. Seria uma forma de garantia. Não se deve dar em garantia as pedras mós .Empenhá-las.

O que são essas pedras?

O sistema de produção naquela região palestina era bem simples. A colheita do trigo passava por uma espécie de moinho, através do qual era extraída a farinha. Essa estrutura era formada por duas pedras, uma embaixo, côncava (com a cavidade para cima) e outra em cima. A pedra de cima deslizava sobre a outra, e assim ia “amassando” o trigo e o transformado em farinha.

Era essa estrutura que os filisteus colocaram Sansão para movimentar, enquanto seu cabelo crescia novamente.

Por mais que a colheita tivesse sido abundante, sem esse instrumento simples, mas essencial, não haveria alimento nas mesas, pois era da farinha que os israelitas faziam seus pães e bolos que formavam a base de sua alimentação.

Transpondo esses conceitos para as coisas espirituais, não podemos deixar de pensar que o Espírito Santo de Deus é a Pedra Mó que precisamos. Pois, sem ele, não há como nos alimentarmos, embora haja abundância de alimento para colher.

São muitas as traduções e são muitos os formatos das Bíblias que temos disponível hoje. São muitas as igrejas e são muitos os ministros do evangelho. São muitos os programas de televisão que trazem “uma palavra” e são muitas as formas de acessar conteúdos bíblicos e estudos da Bíblia pela internet (inclusive este blog J). A palavra de Deus vem estampada em diversos meios de comunicação, outdoors, revistas, jornais e a Palavra de Deus é o alimento (deuteronômio 8:3).  Mas... ainda assim é possível morrer de fome. Fome espiritual.

Acontece, que é o Espírito Santo que nos faz absorver a Palavra que nos alimenta. Sem a ajuda Dele, seremos bons estudiosos da Bíblia e pessoas cheias de bons hábitos, como o de ler um pedacinho da Palavra todos os dias - nossos celeiros estarão cheios de alimento. Mas, ainda sim, estaremos famintos.

É o Espírito que dá vida à Palavra. É Ele que faz com que a leitura da Bíblia seja tão viva, a ponto de nos depararmos com textos que já cansamos de ler e ele ganhar vida e nossos olhos se encherem de lágrimas e nossos comportamentos serem transformados.

O Espírito Santo é a Mó.

Não podemos empenhá-lo. Porque não podemos prescindir dEle. Não podemos viver sem ele.

Quando alguém empenha uma jóia, por mais que ela seja preciosa, é possível viver sem ela. Sem o Espírito não é possível viver, Ele não é apenas uma jóia preciosa, ou um adorno caro, Ele é a própria vida.

Concluo da leitura dessa pequena porção da Palavra, que eu preciso do Espírito Santo para me alimentar, pois, por mais que eu estude e conheça, por mais que eu tenha acesso quase que ilimitado a reflexões sobre a Palavra, é o privilégio de ter o Espírito Vivo do Próprio Deus em mim que faz com a Palavra vivifique  dentro de mim e através de mim.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mulheres Fenomenais

Força – Virtude – oração

Mulheres exemplo da Bíblia

O período dos Juízes na história de Israel é um período conturbado e difícil. Logo após uma série de vitórias e conquistas, e de se apossar da terra prometida, o povo de Israel se acomodou, deixou-se morar cercado pelos seus inimigos, caminhou em direção aos deuses deles e viu todas as promessas do Senhor se cumprindo, tanto na disciplina como no livramento.

Era um período sombrio e decadente.

“Naquele tempo, não havia rei em Israel e cada um fazia o que achava mais reto aos seus próprios olhos”. Essa frase, recorrente no texto, leva-nos a imaginar quase que “uma terra sem lei”.

Episódios como o de Abimeleque, Jefté e o da concubina do Levita, levam-nos a enxergar o povo de Deus como inimigo de si mesmo.

Pelas narrativas do texto, percebemos que Israel estava decaindo moral e espiritualmente. Estava doente. Não havia líder forte, não havia direção. Não havia obediência.

Nesse contexto obscuro, a história de três mulheres resplandece como a luz da esperança.

Três mulheres fenomenais: Débora, Rute e Ana.

Quem conhece a história sabe que dificilmente uma mulher chegaria aonde Débora chegou. Ela era líder em uma sociedade patriarcal. Era Juíza e profeta. Cuidava de Israel como uma mãe perseverante. As pessoas a procuravam para buscar soluções. Era reconhecida em Israel a sua força.

Toda a decadência moral de Israel, toda a falta de esperança, todo ataque do poderoso exército de Sísera... nada foi capaz de abafar a força dessa mulher.

Débora tinha sua própria família, seus próprios filhos, seu marido, sua casa. Ela poderia ter se fechado nos cuidados consigo mesma e com a sua própria família e não haveria pecado nisso. Mas ela se preocupava também com o bem estar de outras pessoas, se preocupava com a justiça e com a realização da vontade de Deus em seu povo. Era um exemplo de mulher forte.

Profetizou a liberdade e foi à guerra. Cantou a vitória e se alegrou no livramento do Senhor. Fez a diferença.

Talvez você também esteja vivendo um momento da sua história em que parece que não há saída e nem esperança. Tudo ao seu redor parece que é guerra e desolação. Não importa para onde você possa olhar, não vê esperança. A história de Débora pode inspirar você a permanecer forte e a lutar sempre, crendo no livramento o Senhor, apesar das dificuldades, pode usar a sua vida para fazer a diferença. Profetiza a vitória e vai à guerra!!

Que nessa sociedade carente de valores e de esperança, nós, mulheres de Deus, sejamos como um farol e um luzeiro. Não desanimem Déboras. Continuem cuidando de pessoas.

Rute era uma mulher virtuosa em um tempo em que não havia virtude. Superando as dificuldades da sua vida e da sua época (e olha que eram muitas as dificuldades) essa estrangeira se tornou um exemplo de mulher para o povo de Deus e conquistou um lugar na linhagem do messias.

Rute teve que superar a morte de Malom, seu marido. Teve que se adaptar a um contexto de fome e desamparo, pois a viuvez naquele tempo era uma coisa terrível não apenas emocionalmente, mas socialmente também. Essa Moabita optou por sair do meio do seu povo, da sua cultura e das suas convicções e enfrentar o desconhecido ao lado de sua Sogra israelita.

Dessa forma, a moabita optou pelo Deus de Israel.

Talvez você esteja vivendo um tempo de superação dentro da sua história. Lutando contra a depressão, contra a dor da perda, contra a falta das coisas. Mas a história de Rute nos inspira a optar por seguir ao Senhor mesmo em tempos tão difíceis.

Manter-se virtuosa nos nossos dias é algo bem difícil, pois é uma contra cultura. Falar em lealdade, submissão, pureza, santidade... é quase um absurdo para os ouvidos dos nossos dias. Que o Senhor faça de nós, mulheres de Deus, pessoas nas quais se acha virtude. Fiquem firmes Rutes e cheias de virtude, confiem, pois Deus já providenciou o resgate.

A história de Ana é, para mim, uma das mais inspiradoras da Bíblia.

Ana estava impedida de ter filhos e isso é uma coisa terrível. Ela observava ansiosa os dias de seu ciclo e cada pequeno atraso era motivo de grande esperança. Ela olhava Penina com seus bebezinhos no colo e sentia um enorme vazio. Ela via outras mamães com suas barrigas crescendo e se perguntava se um dia chegaria a sua vez. Cada pequeno enjoo de Ana era motivo de apreensão. Quantas vezes ela achou que estava grávida... mas não estava. Quantas vezes ela chorou baixinho por causa da decepção. Quantas vezes ele chorou bem alto e chegou ao ponto de nem querer comer por causa de sua ansiedade e aflição.

Penina era implacável. A dor da incapacidade era terrível. Os dias passavam sem muito sabor na vida dessa mulher, embora ela fosse intensamente amada por seu marido.

Diante de tudo isso, Ana poderia ter se rebelado contra o Senhor, poderia ter desistido de pedir. Poderia ter blasfemado. Ana poderia ter deixado a fé morrer. Os tempos que ela vivia eram maus, as pessoas não eram muito fiéis ao Deus EU SOU, Ana poderia ter pensado em buscar ajuda com outros deuses que prometiam fertilidade.

Mas Ana buscou ao Senhor, o Deus de Israel. O ÚNICO DEUS. Orou e chorou abundantemente aos pés do Altíssimo e Ele se inclinou para ela e a ouviu. Ana tornou-se “cheia de graça”, como o seu nome diz.

Talvez você seja como Ana. Aos olhos das pessoas você tem tudo que pode querer, mas você deseja ardentemente um milagre que só Deus pode fazer em sua vida. Talvez você carregue a dor e a angústia de ser infértil em alguma área da sua vida. Mas entenda que o ÚNICO DEUS escuta orações feitas com sinceridade e humilhação diante de seu trono. Humilhe-se diante daquele é Digno de receber toda a honra, peça, clame, chore, adore. Não desistam Anas, O Senhor dos Exércitos tem ouvidos para ouvir.

Hoje em dia é difícil desenvolver uma verdadeira paixão pela oração. São muitos os cuidados deste mundo. Precisamos trabalhar, cuidar da casa, de nós mesmas, precisamos ter tempo para estudar, para não descuidar da família, para visitar pessoas queridas. São tantos os holofotes da televisão e de outras distrações... mas que nós, mulheres de Deus, sejamos achadas de joelhos nos dias da tribulação e que nos nossos lábios se ache um cântico de adoração nos dias da vitória.