terça-feira, 24 de abril de 2012

A Pedra Mó


A Pedra Mó é o Espírito Santo.

Lendo a Palavra agente sempre se depara com textos específicos que nos chamam a atenção. Na minha leitura do Pentateuco, passei por Deuteronômio 24:6, que trata de uma lei, uma regra de Direito para os Israelitas, que tinham seu sistema jurídico diretamente vinculado às Leis religiosas.

Achei interessante essa regrinha em específico, acerca do penhor.

Primeiramente vamos esclarecer as coisas.

Em português, os termos “penhor” e “penhora”, por causa da proximidade fonética, carregam certa confusão, mas trata-se de institutos jurídicos completamente diferentes.

Penhor é um ato pelo qual o indivíduo destina certo patrimônio como garantia do pagamento de determinada dívida. Por exemplo, o cheque que se dá ao Hospital como garantia para o atendimento é uma espécie de penhor. Caso os gastos médicos não sejam pagos de outra forma, o cheque será descontado.

Penhora, por sua vez, é um ato judicial de execução, emitido por um juiz e cumprido por um oficial de justiça.

O texto bíblico trata do penhor. Seria uma forma de garantia. Não se deve dar em garantia as pedras mós .Empenhá-las.

O que são essas pedras?

O sistema de produção naquela região palestina era bem simples. A colheita do trigo passava por uma espécie de moinho, através do qual era extraída a farinha. Essa estrutura era formada por duas pedras, uma embaixo, côncava (com a cavidade para cima) e outra em cima. A pedra de cima deslizava sobre a outra, e assim ia “amassando” o trigo e o transformado em farinha.

Era essa estrutura que os filisteus colocaram Sansão para movimentar, enquanto seu cabelo crescia novamente.

Por mais que a colheita tivesse sido abundante, sem esse instrumento simples, mas essencial, não haveria alimento nas mesas, pois era da farinha que os israelitas faziam seus pães e bolos que formavam a base de sua alimentação.

Transpondo esses conceitos para as coisas espirituais, não podemos deixar de pensar que o Espírito Santo de Deus é a Pedra Mó que precisamos. Pois, sem ele, não há como nos alimentarmos, embora haja abundância de alimento para colher.

São muitas as traduções e são muitos os formatos das Bíblias que temos disponível hoje. São muitas as igrejas e são muitos os ministros do evangelho. São muitos os programas de televisão que trazem “uma palavra” e são muitas as formas de acessar conteúdos bíblicos e estudos da Bíblia pela internet (inclusive este blog J). A palavra de Deus vem estampada em diversos meios de comunicação, outdoors, revistas, jornais e a Palavra de Deus é o alimento (deuteronômio 8:3).  Mas... ainda assim é possível morrer de fome. Fome espiritual.

Acontece, que é o Espírito Santo que nos faz absorver a Palavra que nos alimenta. Sem a ajuda Dele, seremos bons estudiosos da Bíblia e pessoas cheias de bons hábitos, como o de ler um pedacinho da Palavra todos os dias - nossos celeiros estarão cheios de alimento. Mas, ainda sim, estaremos famintos.

É o Espírito que dá vida à Palavra. É Ele que faz com que a leitura da Bíblia seja tão viva, a ponto de nos depararmos com textos que já cansamos de ler e ele ganhar vida e nossos olhos se encherem de lágrimas e nossos comportamentos serem transformados.

O Espírito Santo é a Mó.

Não podemos empenhá-lo. Porque não podemos prescindir dEle. Não podemos viver sem ele.

Quando alguém empenha uma jóia, por mais que ela seja preciosa, é possível viver sem ela. Sem o Espírito não é possível viver, Ele não é apenas uma jóia preciosa, ou um adorno caro, Ele é a própria vida.

Concluo da leitura dessa pequena porção da Palavra, que eu preciso do Espírito Santo para me alimentar, pois, por mais que eu estude e conheça, por mais que eu tenha acesso quase que ilimitado a reflexões sobre a Palavra, é o privilégio de ter o Espírito Vivo do Próprio Deus em mim que faz com a Palavra vivifique  dentro de mim e através de mim.

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