Força – Virtude – oração
Mulheres exemplo da Bíblia
O período dos Juízes na história
de Israel é um período conturbado e difícil. Logo após uma série de vitórias e
conquistas, e de se apossar da terra prometida, o povo de Israel se acomodou,
deixou-se morar cercado pelos seus inimigos, caminhou em direção aos deuses
deles e viu todas as promessas do Senhor se cumprindo, tanto na disciplina como
no livramento.
Era um período sombrio e
decadente.
“Naquele tempo, não havia rei em
Israel e cada um fazia o que achava mais reto aos seus próprios olhos”. Essa
frase, recorrente no texto, leva-nos a imaginar quase que “uma terra sem lei”.
Episódios como o de Abimeleque,
Jefté e o da concubina do Levita, levam-nos a enxergar o povo de Deus como
inimigo de si mesmo.
Pelas narrativas do texto,
percebemos que Israel estava decaindo moral e espiritualmente. Estava doente.
Não havia líder forte, não havia direção. Não havia obediência.
Nesse contexto obscuro, a
história de três mulheres resplandece como a luz da esperança.
Três mulheres fenomenais: Débora,
Rute e Ana.
Quem conhece a história sabe que
dificilmente uma mulher chegaria aonde Débora chegou. Ela era líder em uma
sociedade patriarcal. Era Juíza e profeta. Cuidava de Israel como uma mãe
perseverante. As pessoas a procuravam para buscar soluções. Era reconhecida em
Israel a sua força.
Toda a decadência moral de
Israel, toda a falta de esperança, todo ataque do poderoso exército de
Sísera... nada foi capaz de abafar a força dessa mulher.
Débora tinha sua própria família,
seus próprios filhos, seu marido, sua casa. Ela poderia ter se fechado nos
cuidados consigo mesma e com a sua própria família e não haveria pecado nisso.
Mas ela se preocupava também com o bem estar de outras pessoas, se preocupava
com a justiça e com a realização da vontade de Deus em seu povo. Era um exemplo
de mulher forte.
Profetizou a liberdade e foi à
guerra. Cantou a vitória e se alegrou no livramento do Senhor. Fez a diferença.
Talvez você também esteja vivendo
um momento da sua história em que parece que não há saída e nem esperança. Tudo
ao seu redor parece que é guerra e desolação. Não importa para onde você possa
olhar, não vê esperança. A história de Débora pode inspirar você a permanecer
forte e a lutar sempre, crendo no livramento o Senhor, apesar das dificuldades,
pode usar a sua vida para fazer a diferença. Profetiza a vitória e vai à
guerra!!
Que nessa sociedade carente de
valores e de esperança, nós, mulheres de Deus, sejamos como um farol e um
luzeiro. Não desanimem Déboras. Continuem cuidando de pessoas.
Rute era uma mulher virtuosa em
um tempo em que não havia virtude. Superando as dificuldades da sua vida e da
sua época (e olha que eram muitas as dificuldades) essa estrangeira se tornou
um exemplo de mulher para o povo de Deus e conquistou um lugar na linhagem do
messias.
Rute teve que superar a morte de
Malom, seu marido. Teve que se adaptar a um contexto de fome e desamparo, pois
a viuvez naquele tempo era uma coisa terrível não apenas emocionalmente, mas
socialmente também. Essa Moabita optou por sair do meio do seu povo, da sua
cultura e das suas convicções e enfrentar o desconhecido ao lado de sua Sogra
israelita.
Dessa forma, a moabita optou pelo
Deus de Israel.
Talvez você esteja vivendo um
tempo de superação dentro da sua história. Lutando contra a depressão, contra a
dor da perda, contra a falta das coisas. Mas a história de Rute nos inspira a
optar por seguir ao Senhor mesmo em tempos tão difíceis.
Manter-se virtuosa nos nossos
dias é algo bem difícil, pois é uma contra cultura. Falar em lealdade,
submissão, pureza, santidade... é quase um absurdo para os ouvidos dos nossos
dias. Que o Senhor faça de nós, mulheres de Deus, pessoas nas quais se acha
virtude. Fiquem firmes Rutes e cheias de virtude, confiem, pois Deus já providenciou
o resgate.
A história de Ana é, para mim,
uma das mais inspiradoras da Bíblia.
Ana estava impedida de ter filhos
e isso é uma coisa terrível. Ela observava ansiosa os dias de seu ciclo e cada
pequeno atraso era motivo de grande esperança. Ela olhava Penina com seus
bebezinhos no colo e sentia um enorme vazio. Ela via outras mamães com suas
barrigas crescendo e se perguntava se um dia chegaria a sua vez. Cada pequeno
enjoo de Ana era motivo de apreensão. Quantas vezes ela achou que estava
grávida... mas não estava. Quantas vezes ela chorou baixinho por causa da
decepção. Quantas vezes ele chorou bem alto e chegou ao ponto de nem querer
comer por causa de sua ansiedade e aflição.
Penina era implacável. A dor da
incapacidade era terrível. Os dias passavam sem muito sabor na vida dessa
mulher, embora ela fosse intensamente amada por seu marido.
Diante de tudo isso, Ana poderia
ter se rebelado contra o Senhor, poderia ter desistido de pedir. Poderia ter
blasfemado. Ana poderia ter deixado a fé morrer. Os tempos que ela vivia eram
maus, as pessoas não eram muito fiéis ao Deus EU SOU, Ana poderia ter pensado
em buscar ajuda com outros deuses que prometiam fertilidade.
Mas Ana buscou ao Senhor, o Deus
de Israel. O ÚNICO DEUS. Orou e chorou abundantemente aos pés do Altíssimo e
Ele se inclinou para ela e a ouviu. Ana tornou-se “cheia de graça”, como o seu
nome diz.
Talvez você seja como Ana. Aos
olhos das pessoas você tem tudo que pode querer, mas você deseja ardentemente
um milagre que só Deus pode fazer em sua vida. Talvez você carregue a dor e a
angústia de ser infértil em alguma área da sua vida. Mas entenda que o ÚNICO
DEUS escuta orações feitas com sinceridade e humilhação diante de seu trono.
Humilhe-se diante daquele é Digno de receber toda a honra, peça, clame, chore,
adore. Não desistam Anas, O Senhor dos Exércitos tem ouvidos para ouvir.
Hoje em dia é difícil desenvolver
uma verdadeira paixão pela oração. São muitos os cuidados deste mundo.
Precisamos trabalhar, cuidar da casa, de nós mesmas, precisamos ter tempo para
estudar, para não descuidar da família, para visitar pessoas queridas. São
tantos os holofotes da televisão e de outras distrações... mas que nós,
mulheres de Deus, sejamos achadas de joelhos nos dias da tribulação e que nos
nossos lábios se ache um cântico de adoração nos dias da vitória.