segunda-feira, 30 de abril de 2012

Hofni e Finéias

Hofni e Finéias eram como são, hoje, o que chamamos de filhos da igreja. Foram criados na Casa de Deus, no Templo, perante as coisas mais sagradas que existiam na sua época. Ouviram falar de como era poderoso e zeloso o Deus de Israel. Ouviram do Êxodo e dos grandes milagres. Quando crianças, corriam e brincavam nas imediações do Templo, sempre muito perto da presença de Deus. Cresceram e Aprenderam a oferecer os sacrifícios e a trabalhar naquele que era um dos cargos eclesiásticos mais importantes da época: eram sacerdotes. Eram filhos do Sumo-sacertode. Esses dois homens tinham tudo para experimentar o que tinha de mais excelente na presença de Deus.

O que aconteceu com eles é um alerta para nós: As coisas sagradas faziam parte da rotina deles e passaram a parecer comuns, ordinárias, corriqueiras. Mas eram coisas sagradas. A partir daí, eles passaram a agir com leviandade, desprezando o serviço do templo e agindo com irreverência diante do Altíssimo.

Hofni e Finéias não acreditaram no Juízo do Senhor, acharam que poderiam usar as coisas de Deus em favor de seus próprios interesses e que tudo estaria bom. Não tiveram temor, e o temor do Senhor é o princípio do saber.

Eles lidavam todos os dias com as coisas mais sagradas e as desprezavam e foi terrível o final deles.

Quando lemos essa parte da narrativa bíblica, temos a tendência de colocar Hofni e Finéias como “vilões” e de falar de Samuel como uma espécie de “mocinho e herói”.

E as coisas são mesmo assim!

Mas, hoje, parei para olhar para esses dois moços com mais atenção e me senti terrivelmente propensa a fazer as mesmas coisas. Se analisarmos a situação com mais sensibilidade, veremos que todos nós corremos o grave risco de cometer o pecado deles, pois lidamos com o que tem de mais Sagrado e Santo todos os dias. Temos o Espírito de Deus dentro de nós. Que o Senhor nos ajude a não desprezarmos a voz do Espírito Santo.

Eu sei que a perfeição somente virá com a glorificação, após a segunda vinda de Cristo, mas peço a Deus para ter reverencia e amor a Ele a ponto de não me manter deliberadamente no pecado e de não desprezar a Palavra de Deus. Que o Senhor nos ajude a não usarmos o nome Dele em vão, a não brincarmos com as coisas sagradas, a não usarmos as coisas de Deus com leviandade, para nosso própria riqueza e glória.

Que o Espírito Santo nos ajude a ama-lo com todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com toda nossa força (Deuteronômio 6:4 e 5).

Que, nós, os filhos da Igreja, cresçamos reverentes à Palavra de Deus. Amando ao Senhor e entendo a verdade das Escrituras. E, assim, que os filhos da igreja de Cristo cresçam como Samuel:

“Mas o jovem Samuel crescia em estatura e no favor do Senhor e dos homens” (I Samuel 2:26).

Mas, se você ainda não teve uma experiência real com o Senhor, o Deus Vivo, ainda há tempo de entregar a sua vida a Ele e, depois disso, você perceberá como é real e verdadeira a presença dEle em você todos os dias.

terça-feira, 24 de abril de 2012

A Pedra Mó


A Pedra Mó é o Espírito Santo.

Lendo a Palavra agente sempre se depara com textos específicos que nos chamam a atenção. Na minha leitura do Pentateuco, passei por Deuteronômio 24:6, que trata de uma lei, uma regra de Direito para os Israelitas, que tinham seu sistema jurídico diretamente vinculado às Leis religiosas.

Achei interessante essa regrinha em específico, acerca do penhor.

Primeiramente vamos esclarecer as coisas.

Em português, os termos “penhor” e “penhora”, por causa da proximidade fonética, carregam certa confusão, mas trata-se de institutos jurídicos completamente diferentes.

Penhor é um ato pelo qual o indivíduo destina certo patrimônio como garantia do pagamento de determinada dívida. Por exemplo, o cheque que se dá ao Hospital como garantia para o atendimento é uma espécie de penhor. Caso os gastos médicos não sejam pagos de outra forma, o cheque será descontado.

Penhora, por sua vez, é um ato judicial de execução, emitido por um juiz e cumprido por um oficial de justiça.

O texto bíblico trata do penhor. Seria uma forma de garantia. Não se deve dar em garantia as pedras mós .Empenhá-las.

O que são essas pedras?

O sistema de produção naquela região palestina era bem simples. A colheita do trigo passava por uma espécie de moinho, através do qual era extraída a farinha. Essa estrutura era formada por duas pedras, uma embaixo, côncava (com a cavidade para cima) e outra em cima. A pedra de cima deslizava sobre a outra, e assim ia “amassando” o trigo e o transformado em farinha.

Era essa estrutura que os filisteus colocaram Sansão para movimentar, enquanto seu cabelo crescia novamente.

Por mais que a colheita tivesse sido abundante, sem esse instrumento simples, mas essencial, não haveria alimento nas mesas, pois era da farinha que os israelitas faziam seus pães e bolos que formavam a base de sua alimentação.

Transpondo esses conceitos para as coisas espirituais, não podemos deixar de pensar que o Espírito Santo de Deus é a Pedra Mó que precisamos. Pois, sem ele, não há como nos alimentarmos, embora haja abundância de alimento para colher.

São muitas as traduções e são muitos os formatos das Bíblias que temos disponível hoje. São muitas as igrejas e são muitos os ministros do evangelho. São muitos os programas de televisão que trazem “uma palavra” e são muitas as formas de acessar conteúdos bíblicos e estudos da Bíblia pela internet (inclusive este blog J). A palavra de Deus vem estampada em diversos meios de comunicação, outdoors, revistas, jornais e a Palavra de Deus é o alimento (deuteronômio 8:3).  Mas... ainda assim é possível morrer de fome. Fome espiritual.

Acontece, que é o Espírito Santo que nos faz absorver a Palavra que nos alimenta. Sem a ajuda Dele, seremos bons estudiosos da Bíblia e pessoas cheias de bons hábitos, como o de ler um pedacinho da Palavra todos os dias - nossos celeiros estarão cheios de alimento. Mas, ainda sim, estaremos famintos.

É o Espírito que dá vida à Palavra. É Ele que faz com que a leitura da Bíblia seja tão viva, a ponto de nos depararmos com textos que já cansamos de ler e ele ganhar vida e nossos olhos se encherem de lágrimas e nossos comportamentos serem transformados.

O Espírito Santo é a Mó.

Não podemos empenhá-lo. Porque não podemos prescindir dEle. Não podemos viver sem ele.

Quando alguém empenha uma jóia, por mais que ela seja preciosa, é possível viver sem ela. Sem o Espírito não é possível viver, Ele não é apenas uma jóia preciosa, ou um adorno caro, Ele é a própria vida.

Concluo da leitura dessa pequena porção da Palavra, que eu preciso do Espírito Santo para me alimentar, pois, por mais que eu estude e conheça, por mais que eu tenha acesso quase que ilimitado a reflexões sobre a Palavra, é o privilégio de ter o Espírito Vivo do Próprio Deus em mim que faz com a Palavra vivifique  dentro de mim e através de mim.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mulheres Fenomenais

Força – Virtude – oração

Mulheres exemplo da Bíblia

O período dos Juízes na história de Israel é um período conturbado e difícil. Logo após uma série de vitórias e conquistas, e de se apossar da terra prometida, o povo de Israel se acomodou, deixou-se morar cercado pelos seus inimigos, caminhou em direção aos deuses deles e viu todas as promessas do Senhor se cumprindo, tanto na disciplina como no livramento.

Era um período sombrio e decadente.

“Naquele tempo, não havia rei em Israel e cada um fazia o que achava mais reto aos seus próprios olhos”. Essa frase, recorrente no texto, leva-nos a imaginar quase que “uma terra sem lei”.

Episódios como o de Abimeleque, Jefté e o da concubina do Levita, levam-nos a enxergar o povo de Deus como inimigo de si mesmo.

Pelas narrativas do texto, percebemos que Israel estava decaindo moral e espiritualmente. Estava doente. Não havia líder forte, não havia direção. Não havia obediência.

Nesse contexto obscuro, a história de três mulheres resplandece como a luz da esperança.

Três mulheres fenomenais: Débora, Rute e Ana.

Quem conhece a história sabe que dificilmente uma mulher chegaria aonde Débora chegou. Ela era líder em uma sociedade patriarcal. Era Juíza e profeta. Cuidava de Israel como uma mãe perseverante. As pessoas a procuravam para buscar soluções. Era reconhecida em Israel a sua força.

Toda a decadência moral de Israel, toda a falta de esperança, todo ataque do poderoso exército de Sísera... nada foi capaz de abafar a força dessa mulher.

Débora tinha sua própria família, seus próprios filhos, seu marido, sua casa. Ela poderia ter se fechado nos cuidados consigo mesma e com a sua própria família e não haveria pecado nisso. Mas ela se preocupava também com o bem estar de outras pessoas, se preocupava com a justiça e com a realização da vontade de Deus em seu povo. Era um exemplo de mulher forte.

Profetizou a liberdade e foi à guerra. Cantou a vitória e se alegrou no livramento do Senhor. Fez a diferença.

Talvez você também esteja vivendo um momento da sua história em que parece que não há saída e nem esperança. Tudo ao seu redor parece que é guerra e desolação. Não importa para onde você possa olhar, não vê esperança. A história de Débora pode inspirar você a permanecer forte e a lutar sempre, crendo no livramento o Senhor, apesar das dificuldades, pode usar a sua vida para fazer a diferença. Profetiza a vitória e vai à guerra!!

Que nessa sociedade carente de valores e de esperança, nós, mulheres de Deus, sejamos como um farol e um luzeiro. Não desanimem Déboras. Continuem cuidando de pessoas.

Rute era uma mulher virtuosa em um tempo em que não havia virtude. Superando as dificuldades da sua vida e da sua época (e olha que eram muitas as dificuldades) essa estrangeira se tornou um exemplo de mulher para o povo de Deus e conquistou um lugar na linhagem do messias.

Rute teve que superar a morte de Malom, seu marido. Teve que se adaptar a um contexto de fome e desamparo, pois a viuvez naquele tempo era uma coisa terrível não apenas emocionalmente, mas socialmente também. Essa Moabita optou por sair do meio do seu povo, da sua cultura e das suas convicções e enfrentar o desconhecido ao lado de sua Sogra israelita.

Dessa forma, a moabita optou pelo Deus de Israel.

Talvez você esteja vivendo um tempo de superação dentro da sua história. Lutando contra a depressão, contra a dor da perda, contra a falta das coisas. Mas a história de Rute nos inspira a optar por seguir ao Senhor mesmo em tempos tão difíceis.

Manter-se virtuosa nos nossos dias é algo bem difícil, pois é uma contra cultura. Falar em lealdade, submissão, pureza, santidade... é quase um absurdo para os ouvidos dos nossos dias. Que o Senhor faça de nós, mulheres de Deus, pessoas nas quais se acha virtude. Fiquem firmes Rutes e cheias de virtude, confiem, pois Deus já providenciou o resgate.

A história de Ana é, para mim, uma das mais inspiradoras da Bíblia.

Ana estava impedida de ter filhos e isso é uma coisa terrível. Ela observava ansiosa os dias de seu ciclo e cada pequeno atraso era motivo de grande esperança. Ela olhava Penina com seus bebezinhos no colo e sentia um enorme vazio. Ela via outras mamães com suas barrigas crescendo e se perguntava se um dia chegaria a sua vez. Cada pequeno enjoo de Ana era motivo de apreensão. Quantas vezes ela achou que estava grávida... mas não estava. Quantas vezes ela chorou baixinho por causa da decepção. Quantas vezes ele chorou bem alto e chegou ao ponto de nem querer comer por causa de sua ansiedade e aflição.

Penina era implacável. A dor da incapacidade era terrível. Os dias passavam sem muito sabor na vida dessa mulher, embora ela fosse intensamente amada por seu marido.

Diante de tudo isso, Ana poderia ter se rebelado contra o Senhor, poderia ter desistido de pedir. Poderia ter blasfemado. Ana poderia ter deixado a fé morrer. Os tempos que ela vivia eram maus, as pessoas não eram muito fiéis ao Deus EU SOU, Ana poderia ter pensado em buscar ajuda com outros deuses que prometiam fertilidade.

Mas Ana buscou ao Senhor, o Deus de Israel. O ÚNICO DEUS. Orou e chorou abundantemente aos pés do Altíssimo e Ele se inclinou para ela e a ouviu. Ana tornou-se “cheia de graça”, como o seu nome diz.

Talvez você seja como Ana. Aos olhos das pessoas você tem tudo que pode querer, mas você deseja ardentemente um milagre que só Deus pode fazer em sua vida. Talvez você carregue a dor e a angústia de ser infértil em alguma área da sua vida. Mas entenda que o ÚNICO DEUS escuta orações feitas com sinceridade e humilhação diante de seu trono. Humilhe-se diante daquele é Digno de receber toda a honra, peça, clame, chore, adore. Não desistam Anas, O Senhor dos Exércitos tem ouvidos para ouvir.

Hoje em dia é difícil desenvolver uma verdadeira paixão pela oração. São muitos os cuidados deste mundo. Precisamos trabalhar, cuidar da casa, de nós mesmas, precisamos ter tempo para estudar, para não descuidar da família, para visitar pessoas queridas. São tantos os holofotes da televisão e de outras distrações... mas que nós, mulheres de Deus, sejamos achadas de joelhos nos dias da tribulação e que nos nossos lábios se ache um cântico de adoração nos dias da vitória.