terça-feira, 31 de julho de 2012

Deuteronômio e a Palavra

Deuteronômio é um livro impressionante. Todo o caminho de Israel, desde o Egito até a morte de Moisés (já de posse da terra a oriente do rio Jordão), é narrado de forma dinâmica a uma segunda geração, que não viveu os fatos do Êxodo.

O livro é escrito, segundo os estudiosos, com o formato de uma espécie de tratado (ou contrato), estabelecendo um acordo/ aliança entre Deus e seu povo, os resultados do cumprimento do acordo e as cláusulas que instituem as conseqüências da desobediência.
Embora o nome do livro (dado em razão da “septuaginta”) signifique “segunda lei”, o livro é, na verdade, a repetição da história do Êxodo de Israel e da Lei revelada a Moisés, para a geração que nasceu no deserto ou que para lá foi levada por seus pais ainda no colo.

Trata-se de um cuidado de Moisés para com o povo. Israel havia se multiplicado muito (Dt 1:10) e estava prestes a tomar a terra dos cananeus. Mas o povo não poderia e não deveria se esquecer de Deus que os havia levado até lá.
É de se pensar que o mais lógico seria que o livro narrasse um treinamento de guerra. Ora, o povo estava prestes a iniciar uma temporada de batalhas infindáveis até conseguir se estabelecer na terra, era necessário treinar guerreiros... formar um exército forte aos olhos humanos...

Ou talvez, fosse também lógico que tivéssemos uma narração de como Moisés treinava o povo com técnicas agrícolas de ponta para que soubessem como gerir seus negócios na nova terra. Senão poderiam até falir. Moisés deveria dar um curso: “Como gerir seus negócios em Canaã”.
A preparação do povo poderia ser de várias formas. Mas o treinamento mais importante que devemos ter foi o que Moisés deu ao povo na entrada da terra. A PALAVRA.

Moisés relembrou, re-ensinou, falou de novo, repetiu... para que a Lei e os ensinamentos do Senhor não fossem esquecidos enquanto o povo guerreava, se estabelecia, se acalmava, possuía a terra e nela produzia.
Antes de qualquer coisa precisamos conhecer, entender e absorver a PALAVRA.

Outro momento da história que nos traz este entendimento encontra-se narrado em Mateus capítulo 4, quando Jesus foi tentado. Quando nosso Mestre estava com fome, possivelmente enfraquecido, no deserto, com uma companhia nada agradável fazendo-lhe sugestões malignas, Ele invocou sabiamente a PALAVRA. Jesus disse: “Está escrito”. Através da PALAVRA, Jesus refutou os argumentos do maligno e venceu as tentações.
A Bíblia é a Palavra de Deus. É a fonte do conhecimento do Deus Vivo e Verdadeiro, do Deus Onipotente e Invisível. É ela que nos traz a revelação da salvação por meio de CRISTO, Deus encarnado. A PALAVRA precisa ser o alimento da nossa alma. Voltemo-nos a ela.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Personalidade de Absalão


Absalão era, para os valores do mundo, um grande homem. Tudo o que o mundo valoriza em alguém era encontrado em Absalão. A primeira coisa que o mundo vê é a aparência, e a beleza de Absalão era impressionante (II Samuel 14: 25 e 26). Outro grande valor impregnado nas entrelinhas das sociedades humanas é o valor das riquezas, e Absalão era um homem muito rico, um verdadeiro príncipe de uma nação respeitada em toda a terra (como foi Israel nos tempos de Davi e Salomão). Absalão poderia ter tudo que desejasse, fossem coisas ou pessoas. Outra característica que reflete uma pessoa bem sucedida para os valores do mundo é o poder, e Absalão era homem influente, ministro que assistia junto ao rei em suas decisões (II Samuel 8:18).

No que diz respeito a sua personalidade, Absalão também seria reverenciado nos nossos dias. Era proativo, tinha espírito empreendedor, não desistia de seus projetos pessoais, impulsivo, criativo e obstinado. Além do que, devotava grande lealdade a sua irmã, permeando toda a sua história com um toque de paixão (II Samuel 13:20 a 22, 32 e 33 e II Samuel 14: 27).

Absalão era um fenômeno.

Se algum grande cineasta fosse representar a história de alguém como Absalão, o colocaria como um grande herói, alguém digno de admiração. Provavelmente o ator mais famoso e bonito de “Hollywood” iria ser perfeito para representar “O grande Absalão”.

No entanto...

Todos esses valores e qualidades não querem dizer absolutamente NADA, conforme os valores apregoados pela Bíblia, a Palavra de Deus.

Muitos filósofos, ao longo dos vários movimentos e pensamentos da história, criticaram seriamente o cristianismo, por ser uma filosofia de vida que renega a “grandeza”, que relativiza a beleza e a riqueza como sendo coisas “desnecessárias”.

Para exemplificar, podemos citar o pensamento grego que considerava a compaixão como uma séria fraqueza, esse conceito foi seriamente atingido pela pregação de um carpinteiro que tinha olhar de compaixão e doou a própria vida em favor dos inimigos, para dar-lhes o perdão.

Absalão foi tão grande e também foi uma grande desgraça para a casa de Davi, seu pai, e para todo o Israel. Certos traços de personalidade e certas escolhas que embasaram suas atitudes demonstram claramente que NADA VALE beleza, riqueza, glória, poder, astúcia e política. Todas essas coisas somente serão instrumentos graciosos para alegria e paz se houver HUMILDADE, PERDÃO, COMPAIXÃO, AMOR, FIDELIDADE, VERDADE, MANSIDÃO... coisas contra as quais não há lei.

Quem conhece a história de Absalão, que se encontra nos capítulos 13 a 18 de II Samuel, sabe que ele foi traiçoeiro, traidor, vingativo, usurpador, falso, violento, manipulador, tentou roubar o trono de seu pai e manipulou uma nação para alcançar seus objetivos pessoais, roubando o coração das pessoas, convencendo-as com seu charme e usando-as como objetos.

Pessoas como Absalão realmente arrancam admiração por onde passam. Mas o impacto negativo que elas causam custa caríssimo.

Que o Senhor nos ajude a termos inteligência e sabedoria para filtrar os nossos pensamentos e sentimentos, não nos deixando influenciar pelos valores desse mundo, para que não percamos a vida correndo atrás de dinheiro e dinheiro, para comprar beleza, poder e influencia, uma vez que todas essas coisas não são nada, sem a humildade, a compaixão, o amor ao próximo, a caridade, o perdão, a lealdade, a hospitalidade, a mansidão e a bondade, coisas que inundam a nossa alma através de um encontro pessoal com CRISTO, aquele que limpa nossa alma.

“ Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que o mundo acha fraco. Para destruir o que o mundo pensa que é importante, Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz que não tem valor. Isso quer dizer que ninguém pode ficar orgulhoso, pois sabe que está sendo visto por Deus.”
(I Coríntios 1: 27 a 29 . NTLH)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Uma dura caminhada por toda a noite...

Eram duas facções políticas diferentes. Dois líderes de lados opostos, com seus respectivos homens fiéis. Duas pessoas que buscavam caminhos diversos. Mas ambos tiveram de caminhar a noite toda.

A leitura do capítulo 2 de II Samuel nos revela esse contraste após uma espécie de guerra civil entre os homens que apoiavam Davi e os homens que apoiavam Is-Bosete, o filho de Saul. No versículo 29, Abner volta derrotado, humilhado, após um tempo de grande aperto, e caminha toda a noite com seus homens e vai a Maanaim, onde estava plantado o reinado de Is-Boste. No versículo 32, Joabe volta do sepultamento de seu irmão Asael, em Belém, e caminha toda a noite de volta para Hebrom, onde estava estabelecido o reinado de Davi.

Dois guerreiros experientes e uma caminhada escura. O que será que passava na mente daqueles homens durante a caminhada? Vingança? Pelo contexto, podemos imaginar pensamentos tão obscuros quanto a noite na qual caminhavam.
O que podemos aprender com esse contraste é que seja pela humilhação, pela derrota, pela vergonha ou pela falta de opção, seja pela dor da perda, pela visita da morte, pelo choro da alma ou pela falta de esperança, todos nós passaremos pela dura caminhada longa durante toda a noite, é aquele período no qual nos sentimos sem forças, tocando a vida para frente, caminhando por uma estrada que não vemos a hora de acabar. São momentos da vida que não duram para sempre, a caminhada da noite sempre termina.

E a caminhada termina diante do rei.

A diferença entre esses dois homens é diante de qual rei eles estariam quando chegassem do seu caminho.
Se você já faz parte daquele grupo de pessoas que se renderam ao Reinado de Jesus, então você sabe que por mais dura que esteja sendo a sua caminhada, ela vai terminar numa belíssima manhã diante do Rei dos Reis. Essa esperança é o motivo da nossa maior alegria.