sábado, 27 de outubro de 2012

Justiça! Ou melhor...


            Primeiro o salmista clama pela manifestação da justiça de Deus. Depois, ele pede para que a justiça não se manifeste. O salmo 143, logo nos dois primeiros versículos, nos apresenta essa aparente contradição.
Davi estava sendo perseguido e estava assustado. Sentia que não tinha chance de escapar dos seus inimigos e que, se o Senhor não ouvisse sua oração e não respondesse o seu clamor, a morte chegaria.
Pelo menos três palavras saltam nos versos de Davi, sugerindo um profundo desespero: trevas (verso 3), pânico (verso 4) e cova (verso 7).
Mas o salmista não era culpado da acusação que lhe faziam, não dera causa à perseguição que sofria, e clamou pela justiça de Deus.
É como se Davi dissesse:
“Me salva, Senhor, por tua justiça. Eu não mereço essa perseguição. Dá-me abrigo seguro e não permita que o meu inimigo me mate.”
Porém, entre o verso 1 e o verso 2, Davi ponderou... a alma do herói foi inundada por uma consciência de culpa e pecado. Ele percebeu que não poderia sair ileso da manifestação da justiça de Deus. Davi entendeu, ali, naquele breve momento entre os seus versos, que se a justiça de Deus esquadrinhasse o coração do seu ungido, o condenaria.
Então o salmista faz uma pausa – uma pausa de um verso - na sua oração e clama por misericórdia.
“Mas não leves o teu servo a julgamento, pois ninguém é justo diante de ti”.
É importante que tenhamos essa consciência ainda hoje, para que entendamos que o Justo Deus, manifestou sobre nós, merecedores da morte, a Misericórdia e a graça. É por causa da misericórdia e da graça de Deus que somos salvos em Cristo Jesus. É por causa da misericórdia e da graça de Deus que somos sarados no corpo e na alma. É por causa da misericórdia de Deus que não sofremos o castigo que merecemos e é por causa da graça dEle que somos chamadas das trevas para a maravilhosa luz.
Se eu me assentasse no banco dos réus, sem a manifestação em mim da misericórdia e da graça, eu seria condenada à morte. Não há nada que eu possa fazer para merecer o olhar misericordioso e gracioso com o qual o Senhor me contemplou.
Não é o tanto que eu oro.
Não é se eu gasto mais tempo que os outros em devocional diária.
Não é o tanto que eu adoro.
Não é o tanto que eu choro diante de Deus.
Não é quantas vezes eu falei em línguas diante dele.
Não é minha dedicação diária a Deus.
Não é minha escolha.
Não são minhas obras.
Deus manifestou em mim sua misericórdia e fez isso absolutamente de graça. Aleluia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário