Jabim e Sísera eram uma dupla perversa e temida. A Bíblia
diz que tinham 900 carros de ferro e eram temidos pelo povo, que não teve
coragem de enfrentá-los, mantendo-se, eles, assim, na terra de Canaã, ao norte,
acima do mar da Galiléia, próximo à parte que coube a Naftali. Sabemos que eram
perversos, porque a Bíblia fala que eles oprimiam duramente o povo de Deus.
Mas Débora profetizou a vitória do povo de Deus. Baraque hesitou,
mas guerreou. A vitória foi espetacular. O desfecho da história, digno de um
bom filme de ação.
Mas, hoje, quando li novamente essa história, fiquei um
pouco abalada.
O que me causa certo espanto é como Jael matou a Sísera. É
uma história contada com detalhes na Bíblia e tem importantes lições para nós.
Mas não posso deixar de sentir um certo arrepio quando penso na forma como tudo
aconteceu.
Imagino a força daquela mulher. Sua garra. Como ela fez
isso?
Não entendo muito bem porque Jael matou aquele comandante, uma
vez que o marido dela era aliado dele.
Mas o que consigo enxergar bem é uma mulher que aproveitou
uma boa oportunidade, que, literalmente, bateu à sua porta, e passou a fazer
parte de uma história de vitória em Israel e foi cantada e abençoada entre as
mulheres de Israel.
Ela vivia em tendas, não tinha uma vida fácil. Era forte,
decidida, inteligente e capaz. Uma mulher que ficou do lado do povo de Deus e
teve sua história contada por gerações como uma das heroínas de Israel.
Que mulher!
Ela poderia ter temido o comandante. Ou poderia ter deixado
que as coisas acontecessem sem a sua interferência, a guerra não era dela. Seu
marido vivia em paz com Hazor e era dos filhos dos queneus, dentre o povo de
Jetro.
Seu povo habitava em Israel, mas sua família estava distante
de Israel naquele tempo.
Ela poderia ter deixado tudo como estava. Poderia ter fugido
de medo. Poderia ter chamado alguém que ela considerasse mais capaz de decidir
o que fazer. Poderia ter entrado em contenda com o homem. Poria ter aproveitado
para tirar alguma vantagem financeira da situação. Poderia ter se lamentado.
Murmurado. Se desesperado. Jael poderia ter gritado, denunciado o homem às
autoridades, mandado chamar Baraque enquanto o homem dormia.
Muitas dessas atitudes acima teriam sido minhas escolhas,
provavelmente.
Mas... matar um homem, comandante de um poderoso exército,
com uma estaca da tenda e um martelo, cravando a estaca bem na cara do
infeliz... isso é coisa de Jael.
OBS: Pesquisando os tempos e costumes bíblicos encontramos
uma coisa bem interessante.
Afirmam alguns estudioso que um homem não poderia entrar na
tenda de uma mulher, naquele tempo, se não fosse o pai ou o marido dela. A
conseqüência da desobediência era a morte. Jael, na verdade, se abrigou na
própria lei e no costume da época, levando parte da glória de Baraque na vitória
daquela guerra.
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